Outros R$10 milhões são para que 19 municípios possam adquirir ônibus escolares e mobiliários para escolas municipais
A Bahia vai receber R$ 40 milhões em recursos do Ministério da Educação. Desse total, R$ 30 milhões serão destinados para o Instituto Federal da Bahia (IFBA), e os outros R$ 10 milhões serão repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao MEC, para que 19 municípios possam adquirir 36 ônibus escolares, e outras dez cidades, mobiliários para as instituições de ensino das redes municipais.
O anúncio foi feito, nesta quinta-feira (28) pelo ministro da Educação, Rossieli Soares, em solenidade na cidade de Campo Formoso (BA). O ministro destacou que os recursos destinados para o Ifba permitirão melhorias e uma possível ampliação no Instituto. “Precisamos ter um olhar maior para a educação técnica, formar jovens que melhorem o futuro das cidades e da sua região”, enfatizou Rossieli.
O reitor do Ifba, Renato da Anunciação Filho, ressaltou que a melhoria dos campi de um instituto federal ou a chegada de uma nova sede em uma cidade representa muito mais do que levar educação, pois aquece a economia e melhora a qualidade do ensino. “É um processo de revolução em todos os aspectos. Obriga as redes de ensino municipais, estaduais e particulares a buscarem uma competição saudável. Além disso, chegam servidores, chegam concursos e aumenta a arrecadação de impostos”, enunciou o reitor.
O Ifba é resultado das mudanças promovidas no antigo Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (Cefet-BA). Criado em 1910, em Salvador, como a primeira Escola de Aprendizes Artífices, se transformou em Ifba em 2008. Atualmente, a instituição possui mais de 18,8 mil estudantes e conta com 21 campi em diferentes municípios, um campus avançado em Ubaitaba, um núcleo avançado em Salinas da Margarida e um polo de inovação em Salvador. São oferecidos cursos técnicos profissionalizantes, superiores e pós-graduação. Conta ainda com programas de extensão como o ITCP (Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares), Mulheres Mil e Pronatec.
Sou sério', diz professor afastado do Vieira após polêmica em grupo de WhastApp
Marivan Santos conversou com o CORREIO e relembrou último dia de aula
O professor de química Marivan Santos, que pediu afastamento do Colégio Antônio Vieira (CAV) na sexta-feira (9) , relata como foi o seu último dia de aula na escola. Ele ficará distante das atividades por tempo indeterminado. A decisão aconteceu após polêmica envolvendo sua participação no grupo de WhatsApp "Direita Delirante", que se chamava "Direita CAV" quando ele foi membro. Cerca de 10 alunos da instituição, uma das mais tradicionais de Salvador, participaram da troca de mensagens de apologia à tortura e violência contra mulheres e indígenas. Uma professora do colégio foi alvo das ameaças.
"Falei que estava muito mexido com essa situação toda e que, para mim, só é interessante dar aula se for por prazer. Então, em função disso, eu me afastei. Ainda fui questionado: 'professor, mas semana que vem tem sua revisão para [o vestibular] da Bahiana'. Eu falei que não, não tem mais. E fui direto para o setor pessoal", acrescenta."Na sexta-feira (9), eu estava na aula, normal. Dei a primeira aula e, na segunda, percebi alguns olhares diferentes, que não eram habituais. Minhas aulas são sempre muito interativas. Aí eu coloquei que estava muito decepcionado enquanto pessoa e profissional", explica o professor ao CORREIO, por telefone.
Segundo a escola, a situação de cada um será avaliada individualmente. A punição pode variar entre advertência, suspensão ou, a depender da gravidade do ato, até bloqueio da matrícula no próximo ano letivo.
O professor acrescenta ainda que, em momento algum, solicitou a sua entrada no grupo de mensagens. "Esse fato acontecido me chateou muito. Primeiro, porque eu nunca fiz, nem compactuei, nem colaborei, nem apoiei nenhuma atitude de cunho homofóbico, racista ou torturador. O que aconteceu é que no dia 17 de setembro me colocaram no grupo. Eu não pedi para entrar. Colocaram não só eu, como outros colegas. O nome do grupo era Direita CAV. Nesse momento, o contexto era sobre o Partido Novo. Como não gosto de me envolver em questões políticas no ambiente profissional, eu saí dois dias depois", conta ele, que se assustou com o número de participantes.
"Não sei quantas pessoas tinham no início, mas o grupo aumentou assustadoramente, não só com pessoas do Vieira, mas pessoas de fora, não necessariamente alunos", completa.
Conselho de classe
Marivan acredita que seu nome pode ter sido exposto porque o colégio está em período de conselho de classe e, talvez, por ser um professor considerado rigoroso por alguns estudantes tenha sido alvo das atenções.
Marivan acredita que seu nome pode ter sido exposto porque o colégio está em período de conselho de classe e, talvez, por ser um professor considerado rigoroso por alguns estudantes tenha sido alvo das atenções.
'Acho que isso só saiu agora porque estamos em semana de conselho de classe e existem muitos alunos pendurados. Não sou um professor temoroso, mas sou coerente, que não gosta de zoada em sala. Sou sério. Em função disso, acredito, fizeram isso tudo', crê ele, que diz ter sido alvo de montagens.
"Enviaram para a escola imagens que não são prints de celular. As imagens mostraram a data que me colocaram no grupo, com montagens de matérias, áudios e teor impróprio, inadequado. Nas montagens feitas para a escola, eles tiraram foto de telas de celulares, não eram prints. Disseram que o professor fazia parte do grupo. Quando a escola começa a averiguar e fazer o trabalho investigativo, chega-se a esse grupo. Aí perceberam que eu e outros funcionários não mais estavam mais lá. Perceberam também que foi montagem. A escola tem consciência disso, que o professor não fazia parte do grupo (nesse momento). Só fiquei dois dias. Não tinha esse cunho, teor, nem o nome era o mesmo", defende-se.
Postura em sala de aula
Também acusado por estudantes que preferiram anonimato, de fazer piadas inadequadas em sala de aula, ao CORREIO, ele se defendeu e negou. "Essas piadas constrangedoras em sala de aula nunca existiram. Essa não é a minha prática. Eu coloquei para meu grupo de alunos, inclusive, que, se em algum momento eu não compactuei com os princípios inacianos [linha de conhecimentos pedagógicos], não me defendam. Se eu tivesse essa prática (que acusaram), eu não estaria há duas décadas na escola. É a única escola que estou no momento, por amor. Meus filhos permanecem aqui, meus sobrinhos permanecem aqui. E permanecerão", informa.
Também acusado por estudantes que preferiram anonimato, de fazer piadas inadequadas em sala de aula, ao CORREIO, ele se defendeu e negou. "Essas piadas constrangedoras em sala de aula nunca existiram. Essa não é a minha prática. Eu coloquei para meu grupo de alunos, inclusive, que, se em algum momento eu não compactuei com os princípios inacianos [linha de conhecimentos pedagógicos], não me defendam. Se eu tivesse essa prática (que acusaram), eu não estaria há duas décadas na escola. É a única escola que estou no momento, por amor. Meus filhos permanecem aqui, meus sobrinhos permanecem aqui. E permanecerão", informa.
Agora afastado, Marivan vai dar um tempo das salas de aula e se dedicará à atuação como consultor da área de tecnologia de alimentos em uma empresa privada, cujo nome preferiu não informar, e também de forma particular. Ele também contratou uma empresa de assessoria de imprensa para cuidar da sua imagem, segundo conta.
"É meu desejo que tudo isso se esclareça, que os meios legais e jurídicos possam ter acesso a esses celulares, a todo o conteúdo desses grupos e conversas, para que consigam mostrar quando os professores foram incluídos. Quero que os responsáveis sejam efetivamente punidos", conclui.
Relembre o caso
“Eu tenho vontade de dar uma paulada na cabeça dela”, “Tortura essas p*** dando 5 facadas logo”, “Que tal mandar os bandidos pras reservas indígenas? Aí eles se matam e matam os índios também”, “Índio é inútil, só serve pra ter feriado”. Todas essas mensagens foram escritas por estudantes do Colégio Antônio Vieira, que conta com cerca de 120 membros
“Eu tenho vontade de dar uma paulada na cabeça dela”, “Tortura essas p*** dando 5 facadas logo”, “Que tal mandar os bandidos pras reservas indígenas? Aí eles se matam e matam os índios também”, “Índio é inútil, só serve pra ter feriado”. Todas essas mensagens foram escritas por estudantes do Colégio Antônio Vieira, que conta com cerca de 120 membros
Na noite de terça-feira (6), quando tomou conhecimento do conteúdo, o CAV emitiu uma nota de repúdio. “Os conteúdos são contrários aos princípios cristãos, que norteiam a nossa prática educativa”, diz a instituição católica, que tem 107 anos de fundação.
Coordenador pedagógico do ensino médio do Vieira, José Teixeira Neto conversou por telefone com o CORREIO e afirmou que a direção do colégio vai “apurar melhor o fato e decidir o que fazer”.
“Começamos a averiguar as responsabilidades dentro desse grupo de WhatsApp. Quem são os autores, quem interagiu. Precisamos detectar o nível de responsabilidade de cada um dos participantes para aplicar as devidas sanções. Felizmente esse pequeno grupo não representa as juventudes que trabalhamos no colégio, tampouco a juventude baiana e brasileira”, garantiu o coordenador, que é conhecido como Zelão pelos estudantes.
Ele acredita ainda que punir não é a única atitude que a instituição precisa tomar. Como o Colégio Antônio Vieira faz parte da chamada Rede Jesuíta de Educação, presente em escolas espalhadas pelo mundo todo, o coordenador considera fundamental que os valores pregados pelo colégio sejam reforçados e que haja mais investimento na formação dos alunos como seres humanos, para que eles assimilem melhor o discurso de paz e respeito pregado pelo local onde estudam.
“Nossa escola não está fora do mundo. Vivemos em um momento de acirramento e essa questão fatalmente iria acontecer por aqui. Eles [os alunos] não agiram partidariamente, mas assimilaram um discurso que diz que eles podem falar qualquer coisa, inclusive agredir outras pessoas", analisa o coordenador.
"As equipes técnicas do colégio e o corpo docente precisam ampliar o trabalho formativo com os valores humanos. Não é uma questão de tolerância, é questão de respeito”, completa.
Foto: Reprodução |
Confira a nota do CAV na íntegra:
"O Colégio Antônio Vieira externa o seu repúdio às mensagens ofensivas postadas no grupo de WhatsApp por alguns alunos, que chegaram ao conhecimento da Direção nesta semana. Esses conteúdos são contrários aos princípios cristãos, que norteiam a nossa prática educativa.
"O Colégio Antônio Vieira externa o seu repúdio às mensagens ofensivas postadas no grupo de WhatsApp por alguns alunos, que chegaram ao conhecimento da Direção nesta semana. Esses conteúdos são contrários aos princípios cristãos, que norteiam a nossa prática educativa.
Estamos apurando o ocorrido com alunos, familiares e educadores a fim de elucidar a questão, visando tomar todas as providências cabíveis diante dessa situação lamentável. Ratificamos que os discursos desse grupo não representam os princípios da nossa comunidade educativa. Reafirmamos o nosso empenho em prol da formação de cidadãos comprometidos com valores éticos e com a transformação da nossa sociedade.
Filha que planejou morte da mãe é presa na praia do Canta Galo
Mulher fugiu após mãe ser morta a facadas
Vanilda Coutinho de Souza de Oliveira, de 49 anos, acusada de planejar a morte da própria mãe, a aposentada Zenilda Coutinho de Souza, 78, foi presa na manhã deste sábado (10), em uma casa na praia do Canta Galo, na Rua Barão de Cotejipe, no bairro da Calçada. Ela confessou o crime.
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), a mulher, que estava foragida após o marido assassinar sua mãe à facadas, foi presa em operação que reuniu policiais militares da 16ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Comércio), da 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central) e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A mulher é acusada pelo marido, Sidnei Santos Coutinho, 25, autor do crime, de ter planejado a morte da mãe, porque tinha interesse em herdar três imóveis que estavam em nome da aposentada. Ele foi preso no dia do crime, na sexta (9).
Segundo o coordenador da 2ª DH / Central, o delegado Guilherme Machado, durante o depoimento Vanilda confirmou que sugeriu a morte da mãe.
“Ela afirma ter dado a ideia, sim, a Sidinei, de matar a sua mãe. E que chegou a sugerir que todo mundo ficaria livre se um motociclista matasse a idosa em uma suposta saidinha bancária”, explica.
Apesar de confessar ser a mentora do crime, Vanilda se diz arrependida. “Ela afirma que está arrependida sobre todas as vezes que sugeriu que Sidinei assassinasse Zenilda e argumenta que agiu assim em momentos de raiva. Ela também nega que tenha planejado o crime”, disse Guilherme Machado.
O delegado diz ainda que a filha da aposentada disse que desejava uma morte menos violenta para a mãe. “Ela também diz se arrepender de ter se envolvido com Sidinei e ter motivado ele de alguma forma a cometer o crime”, acrescenta.
Após o assassinato, Sidnei furtou R$ 4.200,00 da vítima e comemorou o crime com a esposa em um bar, segundo a Polícia Civil.
À polícia, Vanilda disse que viu Sidinei comprar um relógio com o dinheiro da mãe, mas não sabia que ela tinha sido assassinada.
Autor do crime, Sidnei foi preso no dia do crime (Foto: Divulgação) |
Relembre o caso
O marisqueiro Sidnei foi preso em flagrante após assassinar a sogra, a aposentada Zenilda. Em depoimento, ele disse que cometeu o crime a pedido da filha da vítima, sua esposa, Vanilda, que tinha a intenção de herdar três imóveis da mãe.
O marisqueiro Sidnei foi preso em flagrante após assassinar a sogra, a aposentada Zenilda. Em depoimento, ele disse que cometeu o crime a pedido da filha da vítima, sua esposa, Vanilda, que tinha a intenção de herdar três imóveis da mãe.
Em apresentação à imprensa, o criminoso negou que a idosa tenha reagido quando foi atacada.
"Que nada. Foi como matar um passarinho. Estou mais ou menos arrependido", afirmou ele.
O crime aconteceu na manhã de quinta-feira (8), na casa de Zenilda, um andar abaixo da residência onde Sidnei morava com a companheira, também aposentada, no bairro de Vila Canária, em Salvador. O casal morava junto há seis meses. Segundo a Polícia Civil, a vítima foi estrangulada e depois golpeada cinco vezes com uma faca tipo peixeira.
A arma do crime, assim como as roupas sujas de sangue, foram jogadas no lixo por Sidnei e não foram encontradas porque a coleta de lixo foi realizada antes da chegada dos policiais ao local.
Sidnei foi preso na manhã desta sexta-feira (9), em Saubara, no Recôncavo Baiano. Ao conversar com a imprensa, ele não demonstrou arrependimento pelo assassinato da sogra - de quem furtou R$ 4.200,00 logo após o crime. Ele e a mulher comemoraram a morte em um bar, segundo a Polícia Civil.
De acordo com o titular da 2ª Delegacia de Homicídios (2ª DH/Central), o delegado Guilherme Machado, Vanilda foi ouvida como testemunha no dia da morte da mãe e foi liberada em seguida, porque a versão contada por Sidnei ainda não era conhecida pela polícia. Ela fugiu em seguida.
O suspeito, que ainda vai passar por audiência de custódia, disse que não fala com a esposa desde a noite de quinta (8), quando fugiu para Saubara. À imprensa, o marisqueiro também confirmou que a sogra ajudava o casal financeiramente.
Ele vai responder por homicídio duplamente qualificado - por motivo torpe e sem dar chance de defesa à vítima. "É um crime que causa repulsa pela maneira pelos requintes de crueldade", comenta Guilherme Machado, que vai solicitar a prisão preventiva do suspeito
Nenhum comentário:
Postar um comentário