De acordo com a equipe econômica do governo federal, a decisão de reduzir o preço da gasolina é para ser cumprida pelas refinarias e principalmente nos postos, de forma a contemplar a expectativa de consumo nas duas pontas extremas do processo de comercialização, a de quem compra e a de quem vende.
No entanto, a engrenagem não está funcionando da maneira que foi planejada pelo governo. Neste ano, nem mesmo com sucessivos piqueis de baixa nas refinarias os preços continuaram nos mesmos níveis anteriores, sem acompanhar a mudança que beneficiaria o consumidor e, pelo aumento do consumo, atenderia também a rede de vendas pelo aumento na quantidade da procura.
Em Campo Grande o exemplo dessa contradição está à vista de todos. Na quinta-feira, 9, a Petrobras autorizou a quinta redução consecutiva da semana para o preço do combustível em suas refinarias, com um índice de 1,32%, fazendo com que o litro da gasolina caísse de R$ 1,6958 para R$ 1,6734. Com isso, desde a segunda-feira passada, o preço da gasolina caiu muito pouco, quase nada.
Ao todo, desde que o atual governo passou a praticar a política de sucessivos e graduais reduções, nas refinarias o preço da gasolina baixou 16 vezes. De 25 de setembro até hoje o valor do litro recuou 25,67% – ou, em espécie, R$ 0,58. Seria uma surpreendente demonstração de sintonia com o esforço da política econômica se a cada redução nas refinarias o consumidor tivesse preços mais baixos também nos postos. Entretanto, distribuidores e repassadores andam tocando e dançando músicas diferentes e os condutores se revoltam com a melodia.
Na ótica da rede comercializadora, o preço na bomba do posto não precisa necessariamente acompanhar o preço nas refinarias. Quando a Petrobras aumentou a cobrança às refinarias, o reajuste chegou ao posto – e ainda maior. Mas quando a petroleira baixou os preços, isso não foi sentido pelo consumidor final. Em alguns lugares, pelo contrário: o consumidor passou a pagar mais.
Isso ocorre – segundo Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes), primeiro em função de os preços no mercado de combustível serem livres. As distribuidoras e os postos podem decidir se repassam ou não para o consumidor as mudanças de preço nas refinarias. Além disso, como a cadeia de produção da gasolina é extensa, qualquer variação de custo em alguma dessas etapas pode impactar o preço final do combustível.
Sabemos que existe os fatores; ‘Pauta Fiscal’ e ‘Custo Operacional’, mas com 25,67% de redução nas refinarias, já era para esse desconto ser bem maior na hora de abastecer os veiculos.
Neste compasso da valsa quem perde o passo e padece com o ritmo é sempre o consumidor.
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